domingo, 9 de fevereiro de 2014

Pensamentos: Pessoas são pessoas... parte I

Pessoas...Ahhh as pessoas... Grande parte de nossas vidas são compostas de interação entre indivíduos com diferentes pontos de vistas, culturas, experiências, e convicções. Nesse post, vou dissertar justamente sobre quais são minhas impressões das pessoas aqui na França. Então, vamos lá, vou dividir minhas impressões em diferentes esferas e cada um merece um post; pessoas na rua, trabalho, e amigos. Hoje começarei falando um pouco sobre como foram minhas interações com pessoas aleatórias na rua.



Quando cheguei em Paris, realmente não tinha ideia do que esperar... Primeiramente, senti o choque cultural de estar escutando outra língua o tempo inteiro, de estar vendo pessoas com fisionomias diversas, e de não perceber comportamentos que vemos normalmente no Brasil. Vou explicar o último ponto com um exemplo. Imagine que você chega de viagem no Brasil e sua família vai lhe buscar... Sério, geralmente parece uma festa, aquele abraça abraça, todo mundo falando alto, aquele clima de celebração, entende? Aqui, percebi que SIM, as pessoas ficam felizes em verem as outras, expressam felicidade como nós brasileiros, porém de uma maneira mais contida, mais discreta. E essa discrição se estende  para outras situações. Por exemplo, não é muito fácil encontrar casais se pegando frenéticamente demonstrando afeto em locais públicos; da para perceber que as pessoas conversando na rua tem seu "espaço bem definido", e até quando um amigos se encontram é um momento mais contido, não que nem no Brasil que damos um abraço apertado, falamos merda brincamos, e etc... Claro, digo isso das pessoas que vejo na rua, em seu círculo social possivelmente, as coisas podem ser diferentes.

No geral, os franceses tem sido bem educados e solícitos, porém existe um detalhe. Interagi somente em francês com as pessoas na rua, portanto, realmente não posso dizer se a lenda que eles não gostam de falar em inglês é verdadeira ou falsa. (Foi mal...)  Mas uma coisa asseguro, até agora tenho sido muito bem tratado.

No geral, as pessoas tem um semblante mais sóbrio, até um pouco mais fechado, mas não é difícil ver esse semblante mudar ao perguntar uma informação, ao ser atendido por alguém em uma loja, ou alguma outra coisa do tipo. Se eles descobrem que você é brasileiro então o tratamento é muito legal, eles se interessam por nosso país. Uma vez, uma garota que entregava panfletos na universidade, após fazer o trabalho dela, achou diferente meu sotaque e perguntou de onde eu era. Após saber que eu era brasileiro me perguntou do samba, carnaval, copa do mundo e etc... Bem, geralmente é isso que lhe perguntarão, e isso independe de formação, crença, criação e tudo mais. Até meus companheiros de doutorado fazem as mesmas perguntas: "Você já foi na Amazônia?", "Você sabe sambar?", "Como é o carnaval? Vocês dançam nas ruas?", e coisas do tipo. A gente as vezes pode pensar. Poxa, como é possível o pessoal ter essa visão "enlatada" do Brasil? Eu tenho uma teoria.
 Pense comigo, na escola a gente estuda além da histórias do Brasil, Grécia, império Romano, revolução francesa,  ou seja, um pouco da história da Europa em geral, pois querendo ou não, ela tem grande influência na nossa cultura, na nossa maneira de pensar e tudo mais. Mas agora me digam, por qual motivo, razão, ou circunstância um francês estudaria a história do Brasil? Entendeu?
Então, pense nessas perguntas como uma oportunidade de interagir, de ensinar algo sobre nosso país para alguém que tem curiosidade, e claro, gastar um pouco seu francês (ou seu inglês)... 



Existe uma última coisa que me chamou atenção na rua e que tenho que compartilhar. É muito bonito ver o relacionamento de casais de velhinhos aqui em Paris. Vou explicar, um dia estava andando aleatoriamente pela cidade e vi um casal de idosos em uma praça, e sério, o carinho que eles demonstravam entre si era realmente muito legal. Dava para ver que passaram uma vida inteira juntos e ainda sim eram muito próximos e amigos. Mas alguém pode estar pensando, isso é geral? Bem, no metrô eu vejo a mesma imagem pelo menos uma vez por dia (A não ser que exista um mesmo casal que pega o metrô comigo e eu não tenha notado que eles só trocaram de roupa.). É realmente muito legal, vale a pena prestar atenção nisso.

Vou terminar esse post por aqui pois já está grande. Falei mais do aspecto relativo ao comportamento. Em breve, farei uma postagem falando do esteriótipo do francês, o que é verdade e o que não é. Daí discutirei um pouco como se vestem, aparência, e tudo mais. E um detalhe, aceito sugestões para futuras postagens!

Uma boa semana para todos! E até a próxima!

Um comentário:

  1. De fato, eles são bem mais frios nesse sentido de expressar os sentimentos em público. Quanto a ser bem tratado, de fato, também não tive muito problemas com isso já que falava francês, mas com o tempo você verá que eles são bem grossos às vezes e com mais fraquência do que um brasileiro seria, bom eu achei isso....mais ça va, ça va.

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