segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Pensamentos: Rapadura é doce, mas não é mole não!!

Senhores do conselho, tudo na paz?

Para essa primeira postagem de conteúdo vou abordar um ponto delicado, e meio broxante para algumas pessoas, mas acho que devo compartilhá-lo.

Antes de sair do Brasil muitos amigos diziam coisas como:


 "Poxa Cabelo (sim sim, esse é meu apelido...), você vai para fora, tudo vai ser novo, você vai ficar maravilhado com tudo!"
 "Para as pessoas que estão ficando aqui no Brasil é mais difícil, você vai estar na Europa, vai viajar e se divertir."

Essas foram algumas das coisas que escutei antes de viajar, e bem... Sinceramente, elas em certo ponto são verdade, mas, vou lhes dizer algo, queridos leitores (A tá! No máximo minha mãe vai ler isso aqui no início...), nem tudo na vida são flores. (Principalmente quando você chega no inverno e percebe que nem folhas as árvores tem nessa época!)

Realmente, tudo é muito novo e diferente. Nos primeiros dias a beleza da cidade, o número imenso de pessoas de diferentes etnias, o preço da cerveja, e os monumentos históricos me fizeram sentir como uma criança na Disney. Sinceramente, uma emoção que não consigo descrever em palavras.

Porém, veio o choque de realidade. A arquitetura que eu achava lindíssima nos primeiros dias começou a fazer parte da minha rotina. Até a catedral de Notre Dame, que é um lugar lindíssimo, após virar parte do meu caminho para resolver burocracias (que merecem um post especial no futuro) perdeu um pouco a graça. Concluindo esse ponto, realmente, tudo é novo, tudo é lindo, mas não estou de férias aqui, e até essas maravilhas perdem um pouco seu encanto com a rotina.



Um outro aspecto interessante a se abordar é a relação entre pessoas. Eu dei muita, mas muita sorte mesmo. Quando cheguei aqui uma amiga (na verdade uma mãe para mim) que é de Paris, mas mora no Brasil, estava por aqui. Ela me recebeu no aeroporto, me levou para casa de um casal (que hoje são meus amigos) que iria me abrigar até eu arrumar um lugar para morar, e me introduziu a um círculo de pessoas aqui na França. Sem ela, minha situação seria muito diferente, pois são essas pessoas que ela me apresentou que me dão forças aqui agora, e seguram minha barra quando começo a sentir falta dos que ficaram. Vou dizer, de todo meu coração. Mesmo com essa ajuda inicial, às vezes é triste perceber que você está no metrô lotado, com milhares de pessoas indo e vindo, passando perto de você e você só consegue pensar: "Nossa, que solidão". Pois é, para quem fica é difícil, mas para quem vai também não é fácil.

Senhores(as), esse foi um relato que parece um pouco pessimista, mas só ilustra um ponto que acho que é importante ressaltar. Dias melhores com certeza virão, para mim e para todos que pretendem ter uma experiência longe de casa. No início tudo é difícil mesmo, mas melhora, pode acreditar (eu espero!).

Esse post é especialmente dedicado aos meus amigos Elisabeth, Miora, Yoann, Camille, Gabriel, Lili, e Zé Ferraz. Valeu pela força nesse novo começo!

Ps: Os próximos post são mais otimistas. Aguarde e confie! #Didi


 

2 comentários:

  1. Senti-me representada na fala..
    "Cabelo, pra quem fica é mais difícil..falei isso várias vezes."
    Com o tempo as coisas melhoram. O TEMPO, só ele quem nos conforta e nos mostra o caminho!
    Força na peruca..beijo grande

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  2. É por aí mesmo. O que mais chama a atenção é o preço e a qualidade da cerveja. No mais, é tudo muito solitário, ainda que se vá nas baladas e casas de amigos. Percebi que nos expomos muito no Brasil aos colegas, por mais que pareça exagero, e no velho mundo não se tem abertura para essas coisas.

    Não sei, às vezes, ficamos a fim de dar um chego de bobeira na casa de um amigo e o cara falar, COLË ENTRA AÍ, e você ficar até altas horas lá e isso ser bom para os dois. Até que fiz isso outro dia, foi bom, mas faltou chegar de bobeira (não surpresa, entende?)

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