sábado, 3 de maio de 2014

(Des/A)ventura alheia - Rovaniemi

Olá pessoal!
Dessa vez, aproveitei um dos dias de feriado na verdade aproveitei que estou doente para tentar fazer algo diferente. Estava conversando com um amigo que esta na Finlândia e decidi fazer um entrevista com ele (que ficou longa, me desculpe mas foi a primeira). Nessa entrevista, meu brother Paulo Vitor, vulgo PV, compartilha algumas de suas experiências sobre a vida no norte, sobre a educação na Finlândia, saunas, e outras coisas.

Decidi pelo formato em áudio (podcast) como experiência. Já que a entrevista ficou grande, vocês podem baixá-la para escutar no mp3 se quiserem (no caminho do trampo, no carro, coisa do tipo). Para as próximas não sei bem como farei, talvez um vídeo, menor, e mais dinâmico.

Mas valeu a experiência, e espero que gostem das dicas do PV.
Quem quiser conversar com ele, pentelhá-lo, e tirar dúvidas sobre o ciência sem fronteiras (graduação) na Finlândia, pode adicionar ele no facebook. Links abaixo:

facebook PV: https://www.facebook.com/profile.php?id=735657657&fref=ts

Blog, bar 42: http://barquarentaedois.wordpress.com/author/barquarentaedois/

No mais é isso, um grande abraço para todos! Como sempre, críticas, sugestões, dicas de edição, de podcast e tudo mais, são muito bem vindas!!! E segue o link para vocês baixarem o arquivo!

Desaventuras_PV_Rovaniemi - arquivo em mp3

segunda-feira, 28 de abril de 2014

Três vezes três meses...

Já tem bastante tempo que não escrevo no blog e, de verdade, queria poder escrever como eu planejei. Entretanto, a vida está cada vez mais corrida , cheia de responsabilidades e tudo mais, mas ao mesmo tempo cheia de boas novas, e são justamente as coisas boas que quero compartilhar nesse post de hoje.

Lendo algumas postagens anteriores, posso perceber que eu estava um pouco negativo, talvez graças à nostalgia, à saudade que  tenho do Brasil, e de todos que sempre estavam ao meu lado. Porém, olhando para dentro de mim hoje, vejo que isso passou... Pois é, passou... Ainda sinto saudades, puta que pariu e como sinto saudades. Estava eu olhando umas fotos velhas, e a cada vez eu revivia aqueles momentos, porém não senti mais um aperto. Eu senti na verdade uma coisa tão boa, de saber que por mais que eu esteja longe nessa etapa, lá na frente, daqui a algum tempo, aquelas mesmas pessoas ainda estarão por ai, e que elas vão estar comigo me dizendo: "Pô Guilherme/Cabelo/Lontra/Gui/Filho, você sente falta da França?". E o estranho que é provável que eu responda: "Sinto falta dos amigos de lá, fraga (sim eu uso o abominável "fraga")??... Assim como senti falta de você(s) quando eu estava lá!"

Parc de la Villette - Um bom lugar para pensar na vida...


Como um bom mineiro diria: "Óia prucê vê" "Olha para você ver",  alguns meses atrás eu reclamava que era foda complicado essas coisas de interação aqui, que a adaptação não está fácil e tudo mais, e agora percebi que vou cair nesse ciclo vicioso, e completamente natural (agora eu enxergo isso), de sempre sentir saudades de algo, de alguém, de sentir que falta um pedaço hahaha... Acho que isso é normal, e deve acontecer com uma grande parte das pessoas que sai do Brasil. Claro que não é todo mundo que tem boas experiências, mas no meu caso posso dizer com segurança, que nesse momento se as coisas boas que me aconteceram nesses três meses [os novos amigos, as visitas dos amigos das antigas, as conquistas dos amigos ai do BR (Doutor Emilson e Tutui "menino sério", por exemplo)] forem multiplicadas por três vezes (nesses próximos meses), com certeza terei uma maioria esmagadora de histórias divertidas, interessantes, e fodásticas para contar, relembrar, e escutar (claro que vou querer saber de todas histórias comédias que eu perdi!! Aguardemmmmmmm como diria Sílvio Santos).
Geode - Essa parada é um cinema, acredite!!

Bem, para finalizar eu gostaria de agradecer a todos que tem me acompanhado e me dado força. Um salve yo dog para os amigos aí do Brasil (Belo Horizonte, Varginha, DF, Pomba Morta, e etc...) , para o pessoal aqui da França (pessoal de fora e de dentro da universidade hahah ), e para quem curte essas linhas mal escritas!

Desejo um ótimo mês de maio para todos! Até a próxima! Quando??? Bem.. não prometo mais nada.. Talvez semana que vem... Ou não!!!

sexta-feira, 14 de março de 2014

Money que é good nóis num have: E o custo de vida em Paris?

Olá pessoal. Retomando as postagens após um novo hiato. Sabe como é, as responsabilidades aumentam um pouco com o tempo, o trabalho vai ficando mais pesado e por ai vai. Desculpas desculpas e mais desculpas, tsc tsc tsc

Me perguntam constantemente sobre o custo de vida aqui na França. Eu não posso dizer sobre outras regiões mas direi sobre Paris, que pelo que eu saiba, é a cidade que possui o maior custo de vida por aqui.




Bem, comecemos pela parte ruim... Sinto informar, mas o aluguel por aqui é caro pra caralho muito caro. Para morar em uma região central de Paris é necessário desembolsar valores que podem chegar facilmente à casa dos 1000 euros, e isso não estou falando de um grande apartamento, pelo contrário!!! Estou falando de um apartamento simples, talvez um studio!!! Então se vocÊ deseja morar sozinho em uma região central prepare-se!!

Nesse caso as melhores opções são: Morar em uma república (o preço pode variar muito, 300 até 700 euros foi a faixa de preço que vi por aí), morar em uma região mais afastada (ou até em uma cidade próxima de Paris. Os preços podem variar muito também indo próximos de 600 ou 700 euros por um apartamento), procurar as residencias estudantis privadas (opção um pouco cara, varia entre 700 até 1000 euros) ou a Cité Universitaire (que é a melhor opção e a mais barata para quem vai fazer um Mestrado, Doutorado, ou Posdoc). Nos valores que coloquei entre parenteses estou considerando todas contas básicas incusas (água, luz, gás, internet, e possíveis outros serviços).

Agora, após a parte ruim vem a parte boa (relativo). Se você é uma pessoa que não tem muitos luxos, irá comer muito bem por aqui, comprará os produtos básicos (limpeza e etc...), e não gastará muito dinheiro (novamentem MUITO relativo). Geralmente os preços dos produtos nos supermercados não são abusivos, sendo que alguns deles (geralmente da marca do supermercado) são baratos e de boa qualidade. Na minha opinião, veja bem, repito, na minha opinião por volta de 300 euros são o bastante para esse tipo de consumo. Lembrando que como sou estudante eu posso comer nos restaurantes universitário, onde as refeições custam por volta de 3,00 euros (ou menos!!!).

Outros gastos como transporte e telefone devem elevar os gastos em uns 100 euros, considerando um plano de telefonia móvel e um plano mensal de transporte!

Por fim,  como ninguém é de ferro vamos falar das saídas. Eu não saí muito por aqui, mas posso dizer que tomar uma cervejinha por aqui é meio caro. 500 ml de cerveja custam por volta de 4,50 euros por exemplo (Mãe, foi só um exemplo!!! Só bebo água e café por aqui!! mentira) . O ingresso para um museu pode estar na casa de 6 até 10 euros (menores de 26 anos não pagam, mas acho que precisa estar com o visto de longa duração, MAS tenho que conferir essa informação!!), mas fique de olho na programação gratuita, tem muita coisa legal que vale uma conferida juro que não estou sendo mão de vaca!!!

Vamos então fazer as contas utilizando preços médios para os gastos mensais (mas jogando os valores um pouco para cima).

Aluguel: 800 euros por um studio pequeno em Paris
Supermercado: 400 euros
Transporte + celular: 100 euros
Lazer: 100 euros (isso para alguém que sai muito. Não é o meu caso)

Total: 1400 euros

A bolsa do ciência sem fronteiras para cidades caras é 1700 "unidades de dinheiros" e Paris, obviamente, se enquadra nessa categoria. Bem, posso dizer que estou vivendo bem com a bolsa, sem luxos, porém com uma boa qualidade de vida. Então se está pensando em vir para Paris com uma bolsa da Capes ou do Ciência Sem Fronteiras fique tranquilo da pra guardar uma grana, mas cuidado, da mesma maneira que é possível gastar menos é fácil, muito fácil gastar mais.

Grande abraço para todos, e até a próxima postagem, possivelmente no domingo... Ou não...

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Lar doce lar...

Depois de um hiato de alguns dias, finalmente as postagens vão voltar. O dia 9 de fevereiro marcou meu primeiro mês aqui na França. Então, nessa postagem vou falar um pouco mais sobre como é viver aqui na França de uma maneira mais geral, sem abordar especificamente algum aspecto.

Esse post é, de certa forma, comemorativo. Hoje, dia 20 de fevereiro, é o dia em que finalmente posso dizer que estou "em casa". Pois é... Mais de um mês se passou e só agora encontrei um lugar para morar. Mas não ache estranho, aqui em Paris, encontrar um lugar para morar é bem difícil, e quanto mais bem localizado mais o aluguel começa a ficar absurdamente caro. E quando digo absurdamente eu não estou de brincadeira. O preço de um studio (um quarto com cozinha e banheiro) de 20m² em uma região central de paris pode passar fácil, fácil de 900 euros. Imagino alguém lendo isso e pensando "PQP 900 EUROS" "nossa, 900 euros, mas não é muito caro?". E a resposta, sim, é muito caro, e isso é normal por aqui.
Para contornar isso, um estudante pode buscar uma vaga na cidade universitária de Paris (Cité U), procurar uma república (collocation), procurar residencias universitárias privadas (foi o meu caso, atualmente moro numa residencia chamada "Les Estudines"), ou tentar alugar por conta própria um apartamento. De todos essas opções a menos burocrática é a Cité U, mas a chance de não haver vagas é sempre enorme, então não conte apenas com ela pois a chance de passar perrengue como eu passei é quase 100%! Também é possível morar nas cidades próximas, o aluguel é mais barato, contudo seu tempo no metrô aumentará significativamente.

Lar doce lar!! \o/



Saindo da parte chata, vamos falar de coisa boa. Como sabem, faço um doutorado aqui na França. Apesar do ritmo frenético que as coisas andam em um doutorado, e  penso que independe do país, existem momentos de descontração bem legais por aqui. Claro que não se compara com a zueira sem limites no DF-UFMG, mas posso dizer que o pessoal é bem legal. O grupo em que trabalho é basicamente composto por italianos, e sério, o pessoal é muito gente boa, eles são mais abertos, muito parecidos com nós brasileiros. Não estou dizendo que os franceses, alemães e etc, não sejam legais por aqui, mas são mais contidos. Até na hora de fazer piadas tudo é menos "escrachado", as piadas são mais sutis. Mas tenho me divertido com as pessoas aqui, seja tomando um café, no bandejão (que terá uma postagem especial), ou nos bares perto da faculdade.

Falando em bares, muitas pessoas me perguntam. "Guilherme, como é a noite em Paris?". E eu respondo: "Bem, estou formando minha opinião..." . Até agora tenho saído para lugares mais tranquilos, geralmente um bar onde o pessoal toca música ao vivo, ou um pub onde passa rugby, ou uma partida de futebol, ou visito alguns amigos. Entretanto, uma coisa que percebi aqui é que o pessoal é animado quando sai, a programação sempre funciona em "combos". Mas, como assim? Não entendi... Calma, calma... Por combos quero dizer que se você for sair geralmente não vai ir somente para um lugar e depois voltar para casa. Geralmente o pessoal aqui sai para comer algo, depois beber um pouco, depois sai para dançar ou para um café (não necessariamente nessa ordem). Se for fazer uma programação desse tipo só tome cuidado pra não perder o último metrô!

Bem, vou ficar por aqui nessa postagem pois está ficando grande e já estou perdendo totalmente minha linha de raciocínio. Mas a mensagem que quero passar aqui é que, após um mês aqui, passei por dificuldades, por umas barras, mas ao contrário do meu segundo post, posso mostrar um lado mais otimista, e dizer que provavelmente passarei 4 anos sensacionais por aqui, e que essa experiencia tem me feito, a cada dia, um Guilherme menos pior melhor!
Da janela lateral do quarto de dormir, eu vejo... peraí, o anel rodoviário???


ps: infelizmente não vejo mais a torre, mas pelo imagino que essa árvore na primavera vai ficar do caralho muito bonita!



domingo, 9 de fevereiro de 2014

Pensamentos: Pessoas são pessoas... parte I

Pessoas...Ahhh as pessoas... Grande parte de nossas vidas são compostas de interação entre indivíduos com diferentes pontos de vistas, culturas, experiências, e convicções. Nesse post, vou dissertar justamente sobre quais são minhas impressões das pessoas aqui na França. Então, vamos lá, vou dividir minhas impressões em diferentes esferas e cada um merece um post; pessoas na rua, trabalho, e amigos. Hoje começarei falando um pouco sobre como foram minhas interações com pessoas aleatórias na rua.



Quando cheguei em Paris, realmente não tinha ideia do que esperar... Primeiramente, senti o choque cultural de estar escutando outra língua o tempo inteiro, de estar vendo pessoas com fisionomias diversas, e de não perceber comportamentos que vemos normalmente no Brasil. Vou explicar o último ponto com um exemplo. Imagine que você chega de viagem no Brasil e sua família vai lhe buscar... Sério, geralmente parece uma festa, aquele abraça abraça, todo mundo falando alto, aquele clima de celebração, entende? Aqui, percebi que SIM, as pessoas ficam felizes em verem as outras, expressam felicidade como nós brasileiros, porém de uma maneira mais contida, mais discreta. E essa discrição se estende  para outras situações. Por exemplo, não é muito fácil encontrar casais se pegando frenéticamente demonstrando afeto em locais públicos; da para perceber que as pessoas conversando na rua tem seu "espaço bem definido", e até quando um amigos se encontram é um momento mais contido, não que nem no Brasil que damos um abraço apertado, falamos merda brincamos, e etc... Claro, digo isso das pessoas que vejo na rua, em seu círculo social possivelmente, as coisas podem ser diferentes.

No geral, os franceses tem sido bem educados e solícitos, porém existe um detalhe. Interagi somente em francês com as pessoas na rua, portanto, realmente não posso dizer se a lenda que eles não gostam de falar em inglês é verdadeira ou falsa. (Foi mal...)  Mas uma coisa asseguro, até agora tenho sido muito bem tratado.

No geral, as pessoas tem um semblante mais sóbrio, até um pouco mais fechado, mas não é difícil ver esse semblante mudar ao perguntar uma informação, ao ser atendido por alguém em uma loja, ou alguma outra coisa do tipo. Se eles descobrem que você é brasileiro então o tratamento é muito legal, eles se interessam por nosso país. Uma vez, uma garota que entregava panfletos na universidade, após fazer o trabalho dela, achou diferente meu sotaque e perguntou de onde eu era. Após saber que eu era brasileiro me perguntou do samba, carnaval, copa do mundo e etc... Bem, geralmente é isso que lhe perguntarão, e isso independe de formação, crença, criação e tudo mais. Até meus companheiros de doutorado fazem as mesmas perguntas: "Você já foi na Amazônia?", "Você sabe sambar?", "Como é o carnaval? Vocês dançam nas ruas?", e coisas do tipo. A gente as vezes pode pensar. Poxa, como é possível o pessoal ter essa visão "enlatada" do Brasil? Eu tenho uma teoria.
 Pense comigo, na escola a gente estuda além da histórias do Brasil, Grécia, império Romano, revolução francesa,  ou seja, um pouco da história da Europa em geral, pois querendo ou não, ela tem grande influência na nossa cultura, na nossa maneira de pensar e tudo mais. Mas agora me digam, por qual motivo, razão, ou circunstância um francês estudaria a história do Brasil? Entendeu?
Então, pense nessas perguntas como uma oportunidade de interagir, de ensinar algo sobre nosso país para alguém que tem curiosidade, e claro, gastar um pouco seu francês (ou seu inglês)... 



Existe uma última coisa que me chamou atenção na rua e que tenho que compartilhar. É muito bonito ver o relacionamento de casais de velhinhos aqui em Paris. Vou explicar, um dia estava andando aleatoriamente pela cidade e vi um casal de idosos em uma praça, e sério, o carinho que eles demonstravam entre si era realmente muito legal. Dava para ver que passaram uma vida inteira juntos e ainda sim eram muito próximos e amigos. Mas alguém pode estar pensando, isso é geral? Bem, no metrô eu vejo a mesma imagem pelo menos uma vez por dia (A não ser que exista um mesmo casal que pega o metrô comigo e eu não tenha notado que eles só trocaram de roupa.). É realmente muito legal, vale a pena prestar atenção nisso.

Vou terminar esse post por aqui pois já está grande. Falei mais do aspecto relativo ao comportamento. Em breve, farei uma postagem falando do esteriótipo do francês, o que é verdade e o que não é. Daí discutirei um pouco como se vestem, aparência, e tudo mais. E um detalhe, aceito sugestões para futuras postagens!

Uma boa semana para todos! E até a próxima!

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Vida prática: O transporte público de Paris e suas peculiaridades.

Olá mais uma vez. Hoje vou escrever um pouco sobre um tema que, particularmente, foi um dos que mais me chocou (positivamente) ao chegar aqui em Paris. O transporte público. Vou procurar dar umas dicas e fazer alguns comentários sobre o transporte em si, a lógica (ou falta dela) no metrô, sobre as estações e suas particularidades.

No geral (mas posso estar errado), são quatro os tipos de transporte públicos utilizados aqui na região parisiense: O metrô, o trem, o RER (que é como o "metrô" de Belo Horizonte), e o nosso famigerado amado ônibus.
As passagens custam normalmente um pouco menos de dois euros caso estejamos em Paris ou em uma região próxima. E como que podemos ter acesso ao transporte? Fácil, fácil, extremamente fácil pra eu e todo mundo cantar junto! Existem algumas opções. Existem os guichês de compra e existem terminais automáticos de compra, em ambos pode-se comprar bilhetes, cartelas de bilhetes e por ai vai. Existe também um cartão, chamado "carte Navigo", o qual nos permite aderir a um plano! Mas, espera, como assim plano? É como se pagássemos uma quantia para utilizar o transporte público de maneira ilimitada por um certo período de tempo (um mês, uma semana, um ano, e etc...). Para quem vai passar um tempo maior em Paris, seja de férias, ou a trabalho, vale a pena dar uma conferida no site www.navigo.fr, e ver como funciona, vale a pena!

Bem, chega de falar da parte prática! Vamos falar de coisas mais subjetivas. Meu primeiro ponto é: O transporte funciona muito bem, bem sinalizado, e muito lógico (bem, pelo menos para mim. Tenho amigos franceses que não concordaram muito.) Fiquei, e até hoje fico espantando na eficiência do transporte aqui. No meu caso, todos os dias pego um trem, e passo por duas linhas de metrô diferentes (no total Paris tem 14 linhas).



E nunca esperei mais que cinco minutos pelo metrô, fascinante isso (ô saudades do 2004)!! Algumas linhas do metrô se interligam, como da para perceber na figura acima. Para ir de uma estação à outra andamos no subsolo de Paris, e lá se encontra de tudo; publicidade, pessoas pedindo dinheiro, músicos, lojas, pequenas feirinhas, exposições temáticas, e muita, MUITA gente.
Se você acabou de chegar em Paris e quer ter uma noção da diversidade por aqui, passe por uma estação chamada Châtelet. Você verá pessoas com todas fisionomias imagináveis, vai escutar vários idiomas, e, assim como eu, constatará que a China quer dominar o mundo (ou já dominou).


 Outra coisa, acostume-se com o metrô, ele faz parte do cotidiano. Algumas vezes é meio entediante ficar 45 minutos no subsolo, então, uma dica. Use e abuse do mp3, de livros, de podcasts, dos jornais locais (tem muitos que são de graça), ou, como a maioria das pessoas fazem, de um smartphone. Porém, conselho de amigo, nunca fique muito destraído. Não é muito legal parar na estação errada e só perceber do lado de fora!

O horário de funcionamento do metrô depende do dia da semana, mas se estiver muito tarde não se preocupem, os ônibus estão ai para isso. Passam com menos frequência de madrugada, mas ainda são uma mão na roda.

Bem... Vou ficando por aqui mais uma vez, espero que tenham..... Peraí, peraí, peraí!! Esqueci um ponto que importante. Falei várias coisas boas e tudo mais sobre os transportes, mas aqui incidentes acontecem também. De vez em quando, acaba a energia no metrô (bem raro, só aconteceu comigo umas duas vezes), ou acontece uma paralização por N motivos ( greve, alguém caiu na linha, alguém PULOU na linha, entre outros). Uma vez, peguei uma paralisação dos trem pois um condutor foi agredido, e por solidariedade todos outros condutores pararam de trabalhar por 24 horas. Tive que pegar um ônibus, três linhas de metrô, mas cheguei onde precisava.

Agora, para concluir de verdade. O transporte aqui é muito bom comparado com o transporte público de Belo Horizonte (não posso dizer muito sobre o caso de outros lugares), funciona, é razoavelmente barato (ehhh.. ehhh.. mais ou menos, mais ou menos...), é geralmente não me deixa na mão.

Até o próximo post!


ps: Para quem estuda o francês ou sabe um pouco, sugiro os podcast da franceculture.fr. São de graça e bem legais para se passar o tempo no metrô. Para quem não fala o francês, sugiro o nerdcast do site jovemnerd.com.br. Rizadas garantidas.







segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Pensamentos: Rapadura é doce, mas não é mole não!!

Senhores do conselho, tudo na paz?

Para essa primeira postagem de conteúdo vou abordar um ponto delicado, e meio broxante para algumas pessoas, mas acho que devo compartilhá-lo.

Antes de sair do Brasil muitos amigos diziam coisas como:


 "Poxa Cabelo (sim sim, esse é meu apelido...), você vai para fora, tudo vai ser novo, você vai ficar maravilhado com tudo!"
 "Para as pessoas que estão ficando aqui no Brasil é mais difícil, você vai estar na Europa, vai viajar e se divertir."

Essas foram algumas das coisas que escutei antes de viajar, e bem... Sinceramente, elas em certo ponto são verdade, mas, vou lhes dizer algo, queridos leitores (A tá! No máximo minha mãe vai ler isso aqui no início...), nem tudo na vida são flores. (Principalmente quando você chega no inverno e percebe que nem folhas as árvores tem nessa época!)

Realmente, tudo é muito novo e diferente. Nos primeiros dias a beleza da cidade, o número imenso de pessoas de diferentes etnias, o preço da cerveja, e os monumentos históricos me fizeram sentir como uma criança na Disney. Sinceramente, uma emoção que não consigo descrever em palavras.

Porém, veio o choque de realidade. A arquitetura que eu achava lindíssima nos primeiros dias começou a fazer parte da minha rotina. Até a catedral de Notre Dame, que é um lugar lindíssimo, após virar parte do meu caminho para resolver burocracias (que merecem um post especial no futuro) perdeu um pouco a graça. Concluindo esse ponto, realmente, tudo é novo, tudo é lindo, mas não estou de férias aqui, e até essas maravilhas perdem um pouco seu encanto com a rotina.



Um outro aspecto interessante a se abordar é a relação entre pessoas. Eu dei muita, mas muita sorte mesmo. Quando cheguei aqui uma amiga (na verdade uma mãe para mim) que é de Paris, mas mora no Brasil, estava por aqui. Ela me recebeu no aeroporto, me levou para casa de um casal (que hoje são meus amigos) que iria me abrigar até eu arrumar um lugar para morar, e me introduziu a um círculo de pessoas aqui na França. Sem ela, minha situação seria muito diferente, pois são essas pessoas que ela me apresentou que me dão forças aqui agora, e seguram minha barra quando começo a sentir falta dos que ficaram. Vou dizer, de todo meu coração. Mesmo com essa ajuda inicial, às vezes é triste perceber que você está no metrô lotado, com milhares de pessoas indo e vindo, passando perto de você e você só consegue pensar: "Nossa, que solidão". Pois é, para quem fica é difícil, mas para quem vai também não é fácil.

Senhores(as), esse foi um relato que parece um pouco pessimista, mas só ilustra um ponto que acho que é importante ressaltar. Dias melhores com certeza virão, para mim e para todos que pretendem ter uma experiência longe de casa. No início tudo é difícil mesmo, mas melhora, pode acreditar (eu espero!).

Esse post é especialmente dedicado aos meus amigos Elisabeth, Miora, Yoann, Camille, Gabriel, Lili, e Zé Ferraz. Valeu pela força nesse novo começo!

Ps: Os próximos post são mais otimistas. Aguarde e confie! #Didi